Powered By Blogger

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Nyjah Huston at Transworld Park 2012 (HD)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

OLIMPIADAS?




Um espectro ronda o Skate: o espectro das Olimpíadas. A polêmica e ainda hipotética entrada do Skate no rol dos esportes olímpicos é uma questão que já vem sendo levantada desde os Jogos de Atlanta (1996), mas que ganhou uma dimensão maior somente nos anos 2000, quando o COI (Comitê Olímpico Internacional) passou a tratar o assunto com mais ênfase. Mesmo assim, poucos avanços efetivos aconteceram no sentido de viabilizar essa inclusão. Em ano de Olimpíada o tema aparece com mais frequência – tanto na mídia quanto nas rodas de conversas nas sessões - e a controvérsia volta a tona, como foi o caso agora, durante os Jogos Olímpicos Londres 2012.

A comunidade do Skate, em geral, nunca demonstrou muito interesse nos Jogos Olímpicos, e os argumentos contrários são bastante conhecidos no meio: a obrigatoriedade de uniforme, a questão dos patrocínios pessoais, o medo de que pessoas de fora do Skate estejam diretamente envolvidas com a organização da competição, os critérios de julgamento, a dúvida sobre quais modalidades participariam, etc. Acima de todas essas questões, está sempre colocado o fato de que o Skate é muito mais que um esporte: é estilo de vida, com conexões as vezes muito mais próximas com algumas expressões artísticas do que propriamente com uma atividade esportiva tradicional. Porém, toda vez que um skatista pronuncia-se a respeito do Skate nas Olimpíadas, seja uma opinião favorável ou contrária, ele já está participando da discussão. Não adianta varrer a sujeira (sem trocadilhos) pra baixo do tapete: se existe tal possibilidade, ainda que remota, cabe aos próprios skatistas a tarefa de debatê-la. Por isso preparamos essa matéria especial, para informar o leitor e mostrar todos os lados (ou quase todos) dessa polêmica questão olímpica.


ACENDENDO A PIRA (E A POLÊMICA) O Skate construiu sua grandeza através de suas próprias forças. A paixão de cada pessoa que já colocou os pés sobre um skate é o alicerce desse prédio muito bem edificado. Assim, cabe a questão: se o Skate e o skatistas não foram os responsáveis por esse flerte com os Jogos Olímpicos, de onde nasceu essa ideia? Quem responde é o skatista profissional norte-americano Neal Hendrix: “A coisa toda começou através do COI e da NBC, que é a emissora de televisão que transmite os Jogos Olímpicos nos EUA. Ambos perceberam que precisam atrair o interesse da juventude para as Olimpíadas, porque todos os esportes olímpicos estão envelhecidos e ‘cansados’, não interessam a juventude de hoje.” Além desse fator do distanciamento do público jovem, também tem que ser colocada nessa balança a questão de que o Skate possui muito mais popularidade do que diversos esportes olímpicos.


Tendo em vista que uma emissora de televisão é uma das articuladoras dessa tentativa de inclusão, a equação popularidade = audiência (que por sua vez é igual dinheiro) não pode deixar de ser levada em consideração. Antecipando-se aos movimentos do COI, o Skate tratou de se proteger: “Com receio que a administração do Skate mundial caísse nas mãos de quem não fosse do meio, enfim, que não fosse skatista, em 2005 foi fundada a ISF (International Skateboarding Federation) por 32 entidades dos EUA, França, Itália, Alemanha, Inglaterra, Japão, Austrália, África do Sul, Brasil, etc”, explica Ed Scander, vice-presidente da CBSk (Confederação Brasileira de Skate). “Desde então a ISF começou uma conversa com o COI para que o Skate não se tornasse olímpico de qualquer forma, perdendo sua identidade”, diz Ed. A atuação da ISF, portanto, é direcionada no sentido de preservar a essência do Skate se de fato um dia ele entrar nos Jogos Olímpicos.



Garantir sua legitimidade e manutenção das suas características. A CBSk é fundadora e representante da ISF no Brasil. Marcelo Santos, atual presidente da CBSk, é também um dos cinco vice-presidentes da ISF, cujo presidente é o norte americano Gary Ream (proprietário do Camp Woodward).


O posicionamento da CBSk está alinhado com o pensamento, muito difundido no meio do Skate, da centralização das decisões e organização sob a tutela dos próprios skatistas. “Para a CBSk o Skate somente deve ser incluído nas Olimpíadas se o controle das regras, administração, arbitragem e fiscalização estiver a cargo de skatistas”, explica Marcelo Santos. “A confederação não aceita uma entidade internacional que não seja formada e gerida por skatistas para a tarefa de tornar o Skate um esporte olímpico”. Marcelo, que também é representante da ISF na América do Sul, arremata: “Portanto a CBSk apenas apoiaria o Skate nos Jogos Olímpicos se a ISF fosse encarregada desta tarefa”.



TENTATIVA FRUSTRADA Em meados de 2011, o assunto Skate nas Olimpíadas reapareceu no
noticiário. Visando colocar o Skate já nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016, o COI sugeriu que a ISF fizesse uma articulação com uma entidade de ciclismo, a UCI (Union Cycliste Internationale). Já que não havia tempo hábil para o Skate ser aceito como esporte olímpico, a ideia era um “atalho” através dessa união com a UCI. “Mas a ideia não vingou pela resistência dos skatistas do esporte ser regulamentado/administrado por uma entidade que não seja do Skate”, explica Marcelo Santos.



A famosa afirmação de Tony Hawk (“Os Jogos Olímpicos precisam mais do Skate do que o Skate precisa dos Jogos Olímpicos”) é mais do que uma frase de efeito. Ela reflete o que vem acontecendo: afinal, como já mostramos nessa matéria, a ideia de transformar o Skate em esporte olímpico veio do COI, não veio das entidades que representam o Skate.


E mais: o acordo com a UCI, negado pela ISF, também foi sugestão do COI. “Há anos o COI trabalha nos bastidores para que os esportes de ação virem olímpicos, sendo que conseguiram incluir o Snowboard nos Jogos Olímpicos de Inverno há pouco tempo”, diz Marcelo Santos. Por ter nascido na contracultura (e permanecer nela, pelo menos em diversos aspectos) e ter esse respaldo da juventude, o Skate pode injetar nas Olimpíadas um elemento que os americanos chamam de “cool factor”. O Skate é legal, é “cool”, e, segundo Tony Hawk, as olimpíadas precisam disso. Adelmo Jr faz coro com Hawk nesse ponto: “Muitos esportes seriam importantes pra chamar a atenção dos mais jovens, pra chamar um público diferente pras Olimpíadas, mas não vejo o skate, o surf e vários outros esportes tendo a necessidade de entrar nos jogos olímpicos.” Com a negativa do acordo com a UCI, as chances do Skate aparecer nos Jogos do Rio são remotas.



O processo para um esporte ser aceito como olímpico é lento, burocrático e cheio de exigências que parecem impossíveis de serem cumpridas nos próximos anos. Ed Scander explica a questão: “Uma das normas para que algum esporte se torne olímpico é possuir entidade continental nas Américas, Europa, Ásia, África e Oceania. Contudo o Skate, pelo seu histórico e metodologia de organizar, dependendo mais da iniciativa privada, tem menos entidades regulamentadoras (associações, federações e confederações) do que os esportes tradicionais.” Resultado: você sabe qual a única confederação de fato existente no mundo? A CBSk. “Nos outros países há associações ou no máximo uma federação, e não existe uma federação ou confederação europeia, asiática, africana ou, ainda, das Américas. Portanto, se as entidades de Skate em cada continente não se unirem e fundarem sua federação ou confederação continental, não será possível cumprir esta regra do COI”, afirma. Sem isso, sem chance. E isso está distante de acontecer.



O CASO BRASILEIRO Curiosamente, apesar das articulações e da vontade do COI, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) nunca manifestou interesse público de tornar o Skate um esporte olímpico. “Nem mesmo mantém relacionamento com a CBSk ou ISF”, garante Marcelo Santos.


É um distanciamento que não condiz muito com o projeto para 2016, que é colocar o Brasil entre os 10 primeiros no quadro de medalhas (em 2012 ficamos na 22ª posição): o Skate representaria a possibilidade real de medalhas, a custo zero. Olhando para a realidade (em geral dura, difícil e baseada muito mais nos esforços pessoais do que em investimentos públicos) dos esportes olímpicos no Brasil, a CBSk faz uma avaliação discreta dos benefícios: “Acredito que o único benefício a curto e médio prazos seria que os poucos skatistas colocados entre os 3 primeiros de suas modalidades no Iniciante, Feminino 2, Amador 1, Feminino 1 e Profissional nos Rankings nacionais, sul-americanos, pan-americanos e mundiais poderiam receber uma bolsa atleta do programa do Ministério do Esporte com valor maior, além de aumentar as chances dos pedidos serem aprovados”, analisa Ed Scander. Para traduzir isso em números: o Bolsa-Atleta pro Skate (enquadrado como “categoria Internacional” e não-olímpico) é de 1.850 reais por mês; para esportes olímpicos e paraolímpicos o valor é de 3.100 reais por mês.


ENTRE OS SKATISTAS Não existe nenhum levantamento oficial (olha aí uma boa questão pra próxima pesquisa Datafolha), mas dá pra afirmar com margem de erro pequena que a maioria dos skatistas não demonstra interesse em ver o Skate transformado em esporte olímpico. Muito desse desinteresse vem do fato do Skate atual não ter um foco nas competições. Sim, as competições existem e algumas distribuem até premiações milionárias (Street League, Maloof Money Cup), mas o desenvolvimento de carreiras pode ser feito passando a vida inteira sem fazer sequer uma inscrição pra campeonato.



A cultura da foto e do vídeo é um patrimônio valioso que o Skate conquistou nesse anos todos, e que também reforça a sua aproximação com as artes. Adelmo Jr, skatista profissional brasileiro que construiu uma sólida carreira nos EUA, faz parte do grupo que não vê com bons olhos a possibilidade do Skate nas Olimpíadas. “Sou contrário por não ver algo bom para o skate com regras, uniformes e números de competidor no peito”, defende Adelmo. “O skate já passou por isso e evoluiu pra algo muito maior do que um esporte: um movimento que tem sua identidade própria e se recicla constantemente, livre de conceitos únicos e regras”. Para Adelmo, o“skate é infinitamente artístico”.


O vert rider Rony Gomes, por sua vez, é a favor: “Seremos mais respeitados e teremos uma visibilidade muito maior, com isso mais pessoas irão andar de skate e consequentemente mais gente investindo no nosso mercado, mais patrocinadores, mais skateparks”, argumenta Rony. Nem todos possuem uma opinião definitiva sobre a questão, e há também um grupo que procura olhar para os dois lados da moeda.



Como o skatista profissional Carlos de Andrade, o Piolho: “Sou a favor se de alguma forma valorizar o skate e principalmente o skatista. Por outro lado, acho que as Olimpíadas não têm muito a ver com o skate... Mas, já que tem muitos esportes nada a ver nos jogos olímpicos, então por que não o skate que é muito popular nos dias de hoje?” Mesmo aqueles que defendem a entrada do Skate sabem da necessidade de tomar certas medidas para evitar distorções. Neal Hendrix, por exemplo, um skatista experiente que já viveu tanto o lado das competições quanto a faceta mais dedicada aos vídeos, diz que sua única preocupação é que, se um dia o Skate entrar nas Olimpíadas, que seja “gerido, organizado e julgado por skatistas”. Se não for assim, segundo ele, “poderia ser um desastre”.



E ele explica porque: “Se fosse administrado por pessoas que não são de fato envolvidas com o skate, isso poderia dar para o mundo uma falsa visão do que o skate realmente é. E isso seria terrível.” Para Rony Gomes, é fundamental “que não mudem os regulamentos de competição. E também que os skatistas não tenham que usar um uniforme como qualquer outra modalidade e sim um específico do skate.” No fundo, a preocupação de todos, tanto os que apóiam quanto os que questionam, é manter intacta a essência do Skate. “Acho que tem como ser um esporte olímpico sem perder sua essência”, opina Carlo de Andrade. “A cultura do skate é muito leal e forte entre os praticantes e admiradores! Pode ser estranho no começo, mas as pessoas têm que ver o lado bom de estar em um evento de tamanha grandeza como uma olimpíada. É mais uma questão de se acostumar”, diz o skatista paranaense. Quando questionado sobre como manter a essência, Neal Hendrix decreta: “A única maneira disso acontecer é se o Skate for gerido por skatistas e contar com skatistas profissionais de primeira linha de todas as partes do mundo. Veja como são gigantescos eventos como os X Games, Dew Tour e Maloof Money Cup. O Skate já virou um grande show para a televisão.




O problema com as Olimpíadas é que existe toda uma questão política e burocrática que torna ainda mais difícil”. Para Adelmo Jr, a natureza do skate não seria afetada: “Claro que existiriam pessoas preocupadas em trazer o ouro para o seu país, e skatistas treinando quatro anos para uma competição, mas continuariam existindo os que se preocupam com a maneira livre e bela do movimento, a cultura dos vídeos, etc”. E O QUE PENSA UM CAMPEÃO OLÍMPICO? Conversamos com Aurélio Miguel, judoca medalhista de ouro em Seul 88, que deu o seu depoimento sobre o assunto Skate nas Olimpíadas Por Aurélio Miguel* “Do alto do Corcovado, de braços abertos e pronto pra se jogar”! Uma matéria com esse título, publicada no jornal Diário de São Paulo, me chamou a atenção para as possibilidades olímpicas do skate. O texto se referia a algo que acontecia ‘lá embaixo’, no Aterro do Flamengo.



Uma mega estrutura de pistas, arquibancadas e tendas recepcionava uma etapa dos X Games de skate e bike. O agito era tão grande que até a estátua do Cristo Redentor parecia querer participar. Não me recordo o ano, mas foi antes de eu assumir meu primeiro mandato como vereador. Mas a matéria explicava os Games como algo similar e nas devidas proporções aos Jogos Olímpicos. Refleti de cara: porque não? Os milenares Jogos Olímpicos precisam se oxigenar. Nada melhor para isso do que um esporte como o skate. O tema é polêmico. Já tomei conhecimento que há uma corrente favorável ao skate olímpico e outra contrária.



Muitos entendem que skatista não é atleta. Mas há quem se considere atleta do skate. Quem se prepara fisicamente, treina, compete e leva uma carreira, não há dúvida: é atleta. Claro que existem os que têm uma levada mais ‘lifestyle”. Como na NBA, onde os jogadores norte-americanos não abrem mão de seu estilo de vida e ainda assim são atletas e aliás, campeões olímpicos. Gente que não abre mão de seu modo de viver fora dos padrões pode ser encontrada ainda no atletismo, boxe, vôlei de praia e outros esportes. E são atletas!



Estar numa Olimpíada não significa necessariamente estar amarrado a uma série de regras que sejam muito maiores e mais severas daquelas a que o esporte skate já se obriga.


A questão de jogar um uniforme num skatista, por exemplo, é uma preocupação que pode ser discutida e resolvida para evitar conflitos de marcas. As confederações internacionais estipulam qual é o traje adequado e sem maior interferência do Comitê Olímpico Internacional. Trajes e equipamentos deverão na medida do possível obedecer aos mesmos critérios internacionais do skate.


Da mesma forma os julgamentos e seus critérios não precisarão mudar. Os Jogos Olímpicos já abrigam esportes cuja avaliação por juízes é técnica, mas com doses de subjetividade: ginástica artística, ginástica rítmica, judô e saltos ornamentais, entre outros.


Outro fantasma que assombra ao que temem e se opõem ao skate nas Olimpíadas é o exame anti-doping. O estereótipo de que skatistas são usuários de maconha ainda é forte. E o anti-doping pode ser um fator que afaste atletas do esporte olímpico. Convém lembrar: o esporte campeão em doping por canabis é o nada vanguardista hipismo. Números da WADA revelam isso. A presença em uma competição como os Jogos do Comitê Olímpico Internacional daria importante contribuição para acabar com o preconceito e ranço que ainda existem contra o skate e skatistas.


Se os Jogos ganhariam muito com a participação do skate, certamente a modalidade ganharia muito também ao se inscrever entre as modalidades olímpicas. Divulgação mundial, recordista e de qualidade. Por fim, defendo a presença olímpica do skate da mesma forma como espero que o surfe e outros esportes possam participar. A maior de todas as dificuldades para o skate se credenciar a uma vaga na relação dos esportes olímpicos é a sua organização política internacional. Mas há caminhos a seguir. O vôlei de praia entrou para os Jogos como uma modalidade do vôlei de quadra. O stand up pode entrar nas Olimpíadas como modalidade da canoagem. O skate, por sua vez, também poderia pegar carona com uma outra modalidade.



O importante é dar a esse esporte mais uma vertente de crescimento e mais uma definitiva chance para se livrar dos estereótipos que o marcam. E, principalmente, poder dar mais um objetivo a ser perseguido pelos atletas. O skate tem que ficar de braços abertos e pronto para se jogar no mundo olímpico!*Aurélio Miguel é vereador por São Paulo e Judoca campeão olímpico em Seul-88.

TROCA JUSTA? É difícil dimensionar os impactos que seriam causados pela entrada do Skate nos Jogos Olímpicos, principalmente porque trata-se de um exercício de adivinhação. Falamos de hipóteses, que podem ou não ser comprovadas pela realidade. O fato, entretanto, é que há sim uma tentativa de fazer do skate um esporte olímpico. Não se sabe ainda quando e nem como, mas há ao menos a confirmação do interesse da entidade que organiza as Olimpíadas.



O Skate, por sua vez, parece não ter a mesma convicção. Os skatistas sabem exatamente o que o Skate tem a oferecer às Olimpíadas, mas questionam-se se a troca será justa. “Creio que as Olimpíadas ganharão uma renovação de público”, projeta Marcelo Santos, “pois a maioria dos esportes olímpicos não tem tantos admiradores e seguidores quanto o Skate.



Com isto, a médio e longo prazo haverá maiores investimentos de patrocinadores, além de assegurar que a Olimpíada continuará sendo o maior evento esportivo do mundo.” E o Skate? “Ganharia uma visibilidade nunca antes vista, atraindo investimento de novos patrocinadores e dos governos nacionais também. Entretanto, pegando como exemplo o Brasil e os investimentos governamentais nos esportes olímpicos, a curto prazo a situação do Skate nacional não mudaria muito.” Neal Hendrix, que também defende a ISF como representante do Skate, tem uma opinião semelhante a da CBSk: “Se tudo corresse da maneira certa, isso poderia trazer um grande benefício para skatistas do mundo todo.



Eu acho que os governos e as cidades construiriam muito mais pistas, e também acho que os profissionais de destaque poderiam se beneficiar financeiramente, atraindo mais patrocínios.” Neal não pensa em beneficio próprio: como muitos skatistas que hoje estão na ativa, ele não terá mais idade para competir se um dia o Skate de fato virar esporte olímpico.


Uma coisa é certa: o Skate teria bastante a acrescentar ao tal espírito olímpico. Skatistas finalizam suas voltas e, caso tenham feito aquilo que queriam, sentem-se vitoriosos. As posteriores decisões dos juízes podem até decepcionar, mas não fazem o mundo cair.


Uma ginasta faz uma ótima apresentação, sai sorridente. O técnico vibra. O ginásio ovaciona. Após a exibição dos frios números por parte dos juízes, a festa vira tragédia. Choro, decepção, desespero. Cadê a alegria e a satisfação de instantes atrás? Nessa realidade, a consciência do juiz é mais importante do que a do próprio competidor.


O fato é que nós, skatistas, sabemos que competir não é passar por cima, tampouco destruir, ninguém. Como bem lembra Adelmo, “existem alguns esportes que atravessam a barreira de ser apenas um esporte, e skate é um deles.” Será que os Jogos Olímpicos estão preparados pra isso? Só o tempo dirá.



matéria publicada na edição 175 da CemporcentoSKATE

terça-feira, 2 de outubro de 2012