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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

City Of Rats

CITY OF RATS (Trailer) from Slam City Skates on Vimeo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Quem usa a cabeça, usa capacete.

Chupado do Blog Skateboarding Militant
Autor Guto Jimenez




É incrível como alguns temas conseguem ser recorrentes no meio do skate, mesmo com o passar dos anos e com toda a informação disponível da forma mais variada possível. O uso dos capacetes, por exemplo, parece ser um desses que jamais saem de pauta. Vira e mexe, é preciso que alguém toque no assunto pra lembrar da importância desse equipamento de segurança vital pra vida dos skatistas.


Infelizmente, chegou a minha vez de abordar o tema. Digo "infelizmente" porque alguns incidentes ocorridos nos últimos dias praticamente forçaram a abordagem da questão, por menos que eu quisesse e por mais inútil que possa parecer. Insistir no uso de capacetes em pleno 2012 pode parecer algo do tipo "enxugar gelo", mas eu não me importo; é algo que precisa ser conversado, debatido e definitivamente incluído nas cabeças dos skatistas das mais variadas modalidades.


No apagar das luzes de 2011, um garoto de apenas 15 anos morreu no Rio em decorrência de uma queda numa ladeira. Ele bateu a cabeça no meio-fio e ficou inconsciente, e mesmo com o pronto atendimento médico que lhe foi prestado, nada pôde ser feito pra que essa tragédia pudesse ter sido evitada. A comunidade de skate de ladeira da cidade entrou em luto e mostrou solidariedade à família do jovem, através de depoimentos emocionados nas redes sociais.


Nada disso apagará o sentimento de perda dessa família, pra qual 2012 será marcado pra sempre como o ano do fim do mundo pra eles.


Uma semana depois, quase que o mesmo incidente ocorreu de novo, só que dessa vez em São Paulo. Outro skatista (dessa vez um trintão) sofreu o que chamaram de uma "queda boba" num dos picos mais estilosos e suaves do país, batendo a cabeça no chão e sendo acometido de convulsões. Não fosse o pronto atendimento prestado no local, e a presença de um médico nas proximidades, e talvez outro incidente lamentável tivesse ocorrido em tão pouco tempo.


No passado, alguns outros incidentes marcaram seus protagonistas (e até o próprio cenário) de maneira definitiva:


- No início dos anos 90, o cenário de skate carioca perdeu um dos streeteiros mais atirados e considerados quando o Léo da Ilha caiu após tentar varar um gap num estacionamento de supermercado na Ilha do Governador. Ele era o tipo de cara que andava de skate como se fosse o último dia na Terra e, ao mesmo tempo, era de uma simpatia e alto astral contagiantes. Após a queda, ele passou alguns dias em coma e veio a nos deixar de maneira precoce, deixando o cenário da cidade em luto.


- Já nesse século, o mesmo bairro viu mais um acidente lamentável quando Henrique Perck não segurou um slide e caiu, quebrando o cotovelo e batendo a cabeça no chão. Após muita luta por sua própria vida, ele sobreviveu mas ficou com sequelas físicas e neurológicas irreversíveis. Os planos de se tornar designer gráfico tiveram de ser adiados pra sempre, tudo por causa de uma "maldita pedrinha".


Você já deve ter ouvido falar em outros casos similares, de gente que caiu e se machucou feio por não ter usado capacete. Eu mesmo já rachei um capacete Pro Tec quase novinho numa queda no bowl do Rio Sul, e inutilizei um outro da mesma marca após um capote numa ladeira que me deixou tonto por alguns minutos. A dor de cabeça que me acompanhou por 2 ou 3 dias foi até celebrada, pois eu sabia o que poderia ter acontecido caso não tivesse me protegido de maneira apropriada.


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O caso que mais me impressionou nos últimos tempos aconteceu lá fora. Ernie Saiz é um skatista de 33 anos que levou uma queda durante uma sessão com uns amigos em agosto de 2011, e foi parar no hospital inconsciente. Sinta só o drama que ele passou, através de alguns trechos do relato dele à Silverfish Longboarding:


"Eu caí sobre a minha cabeça, batendo a cintura e o coccix, e fraturei esses ossos e o crânio. Fui levado imediatamente a um hospital, onde tiveram de me ressussitar por duas vezes. Um neurologista foi chamado pra retirar cerca de 50% do meu crânio devido ao inchaço cerebral dentro da caixa craniana. Depois disso, passei três semanas em coma."



"O meu caso é um daqueles milagres que acontecem. Eu era pra estar ou morto ou com graves sequelas neurológicas. No hospital, vi pessoas que sofreram o mesmo tipo de queda nunca mais conseguirem ser as mesmas de novo, ou então serem obrigadas a estar em tratamento por 5 anos".


"Antes do acidente, eu nunca usava um capacete a não ser que fosse obrigado a isso. Eu achava que eu era maneiro demais pra usar um desses... e aprendi da pior maneira. Eu estou recuperando os meus estados físico e mental, e portanto tive o skate tirado de mim. Eu amo andar de skate, e tive isso tirado de mim (mesmo que por algum tempo) só porque eu não estava pensando da maneira correta".




"Minha vida mudou radicalmente depois do acidente; quando voltei a trabalhar, tive de usar um capacete pra proteger a caixa craniana que tinha sido aberta pela cirurgia. Fiz questão de mostrar a todos que eu não estava usando pra ser engraçado, mas sim por necessidade. (...) A partir de então, passei a fazer questão de incentivar crianças e adolescentes a usarem capacetes, e uso a minha história como exemplo do que não deve ser feito".



Historia origina aqui
http://www.silverfishlongboarding.com




É hora de se tomar uma providência, urgente.


Não se deixe enganar: TODOS os envolvidos no cenário de skate têm alguma parcela de responsabilidade quando um skatista cai e sofre alguma consequência por ter batido a cabeça.


* Os organizadores de eventos são responsáveis quando não exigem o uso do capacete por seus competidores, ou quando permitem que sejam usados de qualquer jeito, ou seja, sem apertar a tira da jugular de maneira correta. Eu particularmente acho um ABSURDO que o uso de capacete não seja obrigatório em todos os eventos promovidos pela CBSk, que deveria ser a primeira a dar o exemplo como entidade organizadora de competições e rankings de alcance nacional. Pior ainda quando algum desses eventos é referendado pela WCS, mostrando que o descaso não é um problema localizado em nosso país.


* A mídia é responsável quando produz e divulga fotos e filmes de skatistas se atirando sem usar capacete, não importa qual modalidade que seja. Já ouvi tantas explicações furadas que nem vale a pena repetí-las por aqui - e nenhuma delas é forte o suficiente pra justificar quando alguém sofre qualquer tipo de consequência danosa. Dizem que é "impossível" porque o mercado não aceita... sem comentários.


* O mercado é responsável quando manda publicar peças de publicidade onde o uso de capacete é desprezado. Já houve uma marca de street (felizmente já extinta) que chegou ao absurdo de incluir uma cena na qual alguns membros de sua equipe urinavam dentro de um capacete, e diziam que "não servia nem como penico"... Patético e lamentável.


* Os skatistas profissionais também são responsáveis. Como ídolos, têm que ter a consciência de seu papel perante seus fãs, que muitas vezes os copiam em tudo, da roupa e tênis que usam até o fato de não usarem capacetes. Isso não deveria ser nenhuma novidade afinal, já que muitos deles passam a profissionais simplesmente por terem tido uma parte boa no vídeo da moda...



E possível mudar? Sim, claro. É fácil? De forma alguma, e exige comprometimento integral à causa, sem vacilar em nenhum momento. Um exemplo é a Concrete Wave, que não costuma publicar anúncios nos quais os skatistas aparecem andando sem capacete. Nenhum competidor que entre numa prova oficial de speed, slalom ou push race sequer sonha em comparecer se não tiver levado seu capacete, e ponto final. Além disso, o uso é obrigatório em quase todas as pistas de skate públicas que são gerenciadas pelas prefeituras das cidades onde são localizadas.


Portanto, é uma questão de querer - e FAZER, principalmente.


Não interessa o que os outros digam, o que aparece nos vídeos ou na internet. Se você cair do skate e bater a cabeça, pode parar no hospital ou no cemitério. Simples assim.


Não seja idiota: quem usa a cabeça, usa capacete.



FOTOS: Internet e Dan McCashin, da SilverfishLongboarding.com


Posted by Guto Jimenez
Labels: Andar de skate, Reflexão e debate

Beto or Die, o eterno rei da Roosevelt

BETO OR DIE
O ETERNO REI DA ROOSEVELT
Entrevista Marcos Hiroshi / Retrato Atilla Chopa






Nascer e crescer no bairro da Bela Vista, no Centro de São Paulo, foi ótimo pelo fácil acesso a todas as regiões da cidade, e crucial para eu conhecer o skate, já que a R. Arthur Prado, meu endereço durante quase 30 anos, foi um dos principais points de encontro de skatistas daquela região no final dos anos 80.
Lembro como se fosse hoje. Estar no meu quarto e ouvir de longe um som peculiar que quebrava o silêncio das tardes de domingo. Era o som da madeira estralando no chão e de rodas derrapando no asfalto.

Já reconhecia muito bem aquele conjunto de sons. Corria para a janela e, com uma visão privilegiada, conseguia avistar de camarote aquele skatista subindo a calçada com velocidade, na sequência emendando um belo wallride na áspera parede da companhia de gás localizada em frente ao meu prédio.

Era o Beto Or Die, retornando de alguma session. Essa foi outra vantagem de morar neste bairro boêmio de SP, e residir a poucas quadras da casa de um dos melhores e mais respeitados skatistas daquela época.

Os impulsos realizados com vontade, as manobras agressivas e o estilo inconfundível deste skatista servem de referência até hoje para mim e para muitos outros que puderam apreciar as habilidades únicas desta lenda do skate.

Hoje, aos 41 anos, Roberto Barreiro, o Beto Or Die, é proprietário de uma companhia de investimentos, mas ainda consegue arranjar tempo, na concorrida agenda, para os seus rolês de skate. E também para esse bate-papo com a CemporcentoSKATE, para lembrar da sua época como skatista profissional. Beto Or Die, o eterno rei da Roosevelt.


O que você fez depois que saiu da cena do Skate?

Em 1991, quando voltei da Europa e EUA, comecei a apreciar e olhar para o futuro. Na década de 1990, o skatista e o esporte infelizmente eram muito marginalizados. Então, com o Brasil passando por uma grande mudança e transição econômica, isso fez com que eu entrasse para o mercado de trabalho financeiro, mais precisamente um banco, onde me tornei um especialista em finanças em grandes bancos de investimento e logo após CEO de grandes companhias nacionais. Atualmente administro minha própria companhia de investimentos, focada em recursos nacionais e internacionais.

E ainda faz seus rolês de skate?

Hoje ainda faço e, como sempre, por pura diversão, principalmente quando levo meu filho para se divertir. Creio que a grande essência deste esporte é andar por amor, pela diversão em conhecer e ajudar novas pessoas.

Qual o fato que mais marcou sua carreira como skatista atuante?

O fato é que uma vez que você faz algo do bem, você colhe o bem. O skate me preparou muito para a vida, o esporte, toda aquela concentração e dedicação em atingir ou conquistar uma manobra, isso tudo me tornou uma pessoa extremamente dedicada e focada em tudo que eu faço hoje.

Como você se sente vendo o pouco que sobrou da antiga Pça Roosevelt, que foi palco de sessões memoráveis por diversas fases do skate nacional?

Já me senti muito triste em ver como e no que havia se tornado, mas agora estou muito feliz em saber dos novos projetos que serão desenvolvidos por lá, ou seja, abrindo as portas para o esporte e tirando muitas crianças da rua do centro velho de São Paulo.

De onde surgiu o apelido Beto or Die?


Ah, isto é muito peculiar! Quando comecei a andar de skate na década de 80, sempre ia ao Ibirapuera e ficava olhando o Thronn e outros skatistas andando por lá. Naturalmente, como todo novato, eu tentava de tudo um pouco, e com a minha evolução eu passei a ter um contato maior com os Ibiraboys (nome dado a galera do Ibirapuera), e foi quando conheci o Rui Muleque, uma pessoa de grande caráter e humildade, que me ajudou muito em poder varar rampas e me tornar um grande skater. Depois, passei a andar na Roosevelt, e lá era bem casca dura de andar! Quem se lembra sabe bem do que estou falando... E eu me jogava muito nas manobras, e aí foi o Thronn que falou: “o Beto é o seguinte, ou ele acerta as manobras ou vai morrer!” Daí surgiu o Beto or Die!

CemporcentoSkate

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012