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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

MADEIRAS




Envelhecer no skate

Pegar o skate nas mãos e sentir uma sensação de que naquele momento tudo está certo na sua vida. Tudo o que você sofreu, tudo com o que você se estressou, todas as limitações e frustrações do seu dia desaparecem. Você está finalmente fazendo uma coisa que você queria de coração. O shape e os trucks estão na largura certa, as rodas no tamanho exato e você está com aquela roupa que não prende em nada os movimentos. Tudo está no seu devido lugar.

Você joga o skate no chão e sobe nele. Pronto. Agora sim o seu corpo está completo. Você dá a primeira remada e sente a lixa aderindo ao seu tênis, o chão sob as rodas e o molejo dos eixos te transmite a sensação de leveza, de deslize sobre as ruas. Você olha as pessoas ao redor e sente por elas nunca terem experimentado tal sensação. Sente por elas passarem uma vida inteira através dos simples passos. Passos duros. Passos pesados. Passos quadrados e cadenciados. Caminhar é digital, skate é analógico.

Através do primeiro ollie você sabe se seu dia será bom ou ruim; ou que você poderá ficar tranqüilo e aproveitar ou que terá que se esforçar um pouco mais para ser o seu ideal. Só você sabe o seu ideal. Só você sente o que está sentindo e isso te conforta. Você sabe que pode se enganar em qualquer coisa na vida, menos no skate. A satisfação de voltar uma manobra com perfeição. A alegria de acertar uma manobra nova. A surpresa por conseguir cair em uma base que você achava que não seria a perfeita, mas que por ser imperfeita te transmite uma nova sensação. Experimentar andar com os pés mais juntos, mais afastados, mais à frente, mais atrás. Sentir a habilidade sendo adquirida ao longo do tempo. Sentir o amadurecimento do seu próprio skate. Sentir valer a pena todo segundo.

Ficar um ou mais dias sem andar fazem você se sentir vazio, mas quando você volta a alegria vem proporcional ao dias parado. Entender o skate. Se surpreender com o skate. Saber que por mais que você saiba muito, você ainda não sabe nada. Saber que mesmo o profissional mais admirado do mundo tem uma relação com o skate diferente da sua. Andar de skate, conversar skate, respirar skate, pensar skate. Tudo no mundo pode estar errado, mas quando você está em cima do skate você sabe que você está fazendo a coisa certa. O certo pra você. O certo pra sua alma. Saber que haja o que houver na sua vida, você ainda vai ser skatista.

Eu sou skatista. Haja o que houver.
COPIADO DO SSF

Leticia Bufoni


INDEPENDENT


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

DVD / VHS – Grito da Rua

Dvd / Vhs

Dvd / Vhs

O Primeiro programa a se dedicar ao skate na cidade de São Paulo na Tv Gazeta todo sábado as 19 horas. Sessions ,

sábado, 5 de setembro de 2009

Entrevista - Carlos de Andrade, o Piolho

Skataholic
Piolho

Em 2000, o curitibano Carlos de Andrade, o Piolho, foi o primeiro brasileiro à conquistar o título do circuito mundial de street skate profissional. Na época, o circuito era bastante disputado e as etapas eram espalhadas pelo mundo, com competições pelo Brasil, EUA e Europa. Agora, quase dez anos depois, ele faz o balanço das oportunidades que o título lhe trouxe.
No fim do mês Piolho embarca para China. Ele é um dos brasileiros convidados para o Asian X Games 2009, que começa dia 1° de maio em Shangai.

Você foi campeão mundial de skate em 2000. Na época, o que isso influenciou pra você?
Bom, fiquei até surpreso, porque consegui conquistar o circuito nesse ano. Porque eu nem fui nessa expectativa de ganhar, eu tava só participando porque na época meus patrocinadores me mandavam pra todos, e eu acabei ganhando. Eu fiquei super feliz, nunca imaginava conquistar um título assim, muito importante. Foi uma experiência ótima.

Naquela época, um título mundial tinha muito mais peso que hoje em dia.
Eu acho que é pelo fato de nenhum brasileiro, até então, ter conquistado um título desse. Eu acho que foi por causa disso. Eu considero o mesmo peso. Olho hoje em dia e vejo cada vez mais difícil até. Muita molecada nova, pros novos. Então hoje em dia eu vejo cada vez mais difícil de você conquistar um título.

Mas naquela época tinham muito mais nomes importantes dando valor pros campeonatos. Hoje, não são todos que estão indo correr, e as etapas válidas, não é só chegar e correr. Só para convidados.
Um monte de skatistas que participavam naquela época já não dão mais muito valor. Tipo, o (Eric) Koston, (Rick) McCrank. Você vê uns caras mais antigos raramente hoje em dia. E naquela época eles corriam os eventos. Mas hoje em dia, vou te falar que continua difícil pra caramba. Tem uma molecada nova, a nova geração, que tá mandando muito bem em campeonatos. Os caras que nem eram campeonateiros, como o Paul Rodriguez, tem o Lutzka, o Sheckler, então tá bem disputado.

Você conseguiu comprar casa nos EUA. O título mundial ajudou muito nisso?
Bom, o que me ajudou na minha condição financeira assim de eu ter comprado minha casa, comprar meu carro, ter minha casa nos EUA, foi mesmo a decisão que eu tomei de ir morar lá, que era uma época boa, mesmo na indústria americana tava bom. Foi bem antes dos atentados (do 11 de setembro) e tudo. Eu cheguei lá numa época boa, tava uma potência mesmo. E lógico, eu ganhando o título ajudou. Me ajudou mais aqui no Brasil do que fora, na época. Porque na época eu andava pra (marca) World Industries, pra Etnies. Tipo, os caras me deram parabéns, tudo, mas não era um negócio assim tipo, de receber bônus. Não ganhei mais dinheiro por causa disso. Acho que aqui no Brasil sim me ajudou bastante. Mas lá fora não me influenciou muito, não. Lógico que é sempre bom ter um título.

A indústria americana não dá tanta importância como aqui no Brasil?
Eu acho que aqui no Brasil pesa mais, com certeza. Se você consegue um título desse ajuda bastante pro nosso skate e pra você mesmo, né? Te divulga bem, as pessoas te olham diferente. “Ah, o cara já ganhou um circuito mundial.” Então, aqui no Brasil as pessoas olham com outro olhar. Lá nos EUA os caras, (dizem) “ah, beleza”. Os caras te dão parabéns tal, mas não é um negócio assim “nossa, o cara ganhou o circuito”. Aqui a galera dá mais valor. Que isso é bom pra gente, que corre campeonatos. Com certeza é bom.

Aqui no Brasil, fora campeonatos, como você acha que dá pra viver do skate?
Pelo que eu tô vendo aqui no Brasil hoje, eles tão tentando seguir mais ou menos a idéia dos caras lá na América. Bom, se você é um skatista que não gosta de correr campeonatos, ou não consegue, ou sei lá o que, você tem que optar por essas coisas que tão acontecendo agora, nesses eventos diferentes que acontecem, né? Como o Desafio de Rua, esse aí que teve da Converse, ou saindo pra fazer tour por aí, sair fazendo imagens. Você vai ter que viver de alguma coisa. Você vai ter que, ou aparecer em revistas, em TV, essas coisas, ou tentar o lado de campeonatos. Ou tentar fazer tudo, que é o ideal. Eu acho que pra você poder viver bem do skate aqui no Brasil, você tem que realmente fazer que o Gugu, a galera tá fazendo, que é tipo tentar se dar bem em eventos e, lógico, estar sempre na mídia, tentar sair nas revistas, tentar estar na mídia em geral. Porque ninguém vai viver só de manobrar. Ninguém vive só de manobrar. Você tem que aparecer, ter uma imagem, fazer vender. É isso que as marcas querem. E se você conseguir fazer isso, acho que consegue viver tranquilo.

Quais são seus principais patrocinadores hoje e quais seus planos para 2009?
Meu patrocinador aqui no Brasil, só tenho um, que é a Vextor, que começou com roupas e hoje em dia eles tão fazendo quase tudo. Mas roupa é o principal deles. E tô andando por uma marca dos EUA que se chama Positiv, só que não sei ainda, porque meu contrato já venceu e não sei se vou continuar com os caras ou não. Mas no momento são essas marcas. Tô até vendo aí se consigo arrumar algumas outras, preciso arrumar uma de tênis, pelo menos. Ou uma de shape boa. E os planos para esse ano são os mesmos. Tô indo pra China agora, com esses eventos. Vou tentar ir pra Europa também. Depois tem o Dew Tour nos EUA.

Então você vai ficar entre Brasil e EUA esse ano.
Brasil e EUA na maior parte. Da China já volto, tento ir pra Europa, se rolar ia ser legal, porque aí já dá pra participa de pelo menos dez eventos esse ano. E lógico, se rolar X Games do Brasil, se os caras me convidarem, com certeza vou participar.

Entrevista realizada pelo Sidneu Arakaki

quinta-feira, 3 de setembro de 2009